Na semana passada, iniciamos aqui no informativo CRCSP Online as apresentações das Comissões do CRCSP. Cada uma atua focada em um tema ou em um público de profissionais específico.
Você já conheceu a Comissão CRCSP Mulher e, desta vez, contaremos como funciona e quais são as metas e objetivos da Comissão CRCSP Social, que atua focada no Terceiro Setor e na Responsabilidade Social. Quem conta tudo é o conselheiro do CRCSP e coordenador do grupo, Adriano Gilioli.
Qual o objetivo da comissão CRCSP Social?
Nossos objetivos visam atender as necessidades do setor social em questões que envolvem a técnica contábil. Nossas ações também estão focadas no relacionamento entre profissional da contabilidade, governo, entidades sem fins lucrativos e gestores. Entendemos que esses pilares são fundamentais para o bom andamento e para a continuidade do setor. Acreditamos também na importância de manter o ritmo desta comissão conforme as ações já implementadas pela excelente coordenação anterior.
Qual o seu envolvimento com o segmento do Terceiro Setor?
Sempre me relacionei com o meio social, com esse tripé – entidades, governo e gestores – analisando os principais aspectos críticos, como legislações, regras de prestação de contas, isenções. Dediquei-me ao longo dos últimos dez anos a observar de perto os assuntos pertinentes ao Terceiro Setor, especializei-me em temas normativos contábeis que asseguram a continuidade das entidades e a responsabilidade técnica de todas as pessoas envolvidas nesta área.
Quais as principais atividades 'sociais' que já realizou na vida pessoal e profissional?
Como objetivo de vida, meus pais sempre me envolveram em assuntos sociais. Desde criança visito entidades que cuidam de idosos, crianças e pessoas doentes que, muitas vezes, dependem do apoio de terceiros para viver. Isso me fez entender muito sobre a vida e o que ela nos reserva. Desde então, dedico boa parte da minha rotina aos assuntos sociais sem escolher o trabalho ou o tipo de doação a fazer. Levando esse aprendizado para a contabilidade, me dedico a orientar e a ajudar pequenas entidades que recebem recursos e precisam prestar contas. Tento estar sempre à disposição para servir o próximo em suas necessidades. Agora, como coordenador da comissão, sinto estar no lugar certo, na hora certa. Minha experiência acadêmica, profissional e meus trabalhos sociais contribuirão para atingir os objetivos proposto nesta comissão. Não tenho dúvidas sobre as dificuldades, mas não tenho dúvidas que esta comissão atingirá os seus objetivos.
Na sua carreira, que resultados já foram alcançados com a realização dessas atividades voluntárias?
Os resultados sempre se voltam para a manutenção das entidades e a realização com sucesso de suas prestações de contas que são homologadas pelo governo, de onde, aliás, vêm os recursos. Essas ações fortalecem o Terceiro Setor, bem como validam a entidade junto ao remetente da verba, abrindo portas para novos projetos. Sabemos que a administração do dinheiro público é algo que esta em descrédito no Brasil, porém, pequenas entidades comprovam que é possível fazer um trabalho social, digno de todo respeito e credibilidade.
Quais os objetivos da comissão para os próximos dois anos?
Num primeiro momento, daremos continuidade às boas ideias implantadas pela gestão anterior que já foram homologadas pelo público contábil. Na sequência, implantaremos ações locais visando atender as regiões mais distantes da capital, levando ao profissional da contabilidade do interior subsídios para um maior conforto técnico na elaboração das demonstrações contábeis exigidas para o Terceiro Setor. Entre as principais metas, contemplamos a possibilidade de disseminar a Contabilidade do Terceiro Setor dentro das universidades. Percebemos que, atualmente, é algo pouco comentado entre alunos e professores. Além disso, atuaremos de forma intensa em prol da classe contábil envolvendo todos os pilares que sustentam o Terceiro Setor (governo, entidades, gestores e profissionais da contabilidade), sem deixar de lado as universidades. São elas que formam os nossos profissionais e precisam passar para eles informações sobre a importância do trabalho social e do voluntariado.
De que forma o profissional da contabilidade pode prestar serviços voluntários?
A classe contábil é uma das profissões mais atuantes, pois nenhuma empresa ou entidade nasce sem a presença efetiva de um profissional da contabilidade. Isso garante espaço para o profissional trabalhar também em prol do setor social e uma das principais atividades que ele pode realizar é o assessoramento e a manutenção dos relatórios utilizados nas prestações de contas entre governo e entidades do Terceiro Setor. Um dos principais caminhos para a prestação de serviços voluntários é o cadastramento no Programa de Voluntariado da Classe Contábil (PVCC). Após o cadastramento, o profissional da contabilidade escolhe uma área para atuar de forma voluntária. Havendo procura este profissional será convidado a prestar tal serviço.
Um fato inédito aconteceu neste mês com o 'nascimento' do Observatório Social do Brasil – São Paulo (OSB-SP). O que é isso?
O Observatório Social do Brasil – São Paulo (OSB-SP) é um grande passo dado pela sociedade civil. Trata-se de uma organização criada pela sociedade civil, que promove a cidadania fiscal e trabalha pela transparência na gestão do município. Órgãos de Controle Social, entidades representativas, grupos sociais organizados, investidores sociais e membros da sociedade civil participam do Observatório como forma de impedir a corrupção e auxiliar a correta aplicação dos recursos que vêm dos impostos paulistanos. Os Observatórios são agentes preventivos que monitoram o percurso das verbas do dinheiro público recebido antes que sejam gastos.
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