Gildo Freire de Araújo*
Sempre ouvimos falar sobre realização profissional, conquistas, méritos, envolvimento, capacitação.
Mas como esse desenvolvimento nas empresas pode ser possível sem uma sociedade mais igualitária, sem distinções e com proteção de direitos para todos os seres humanos?
A educação para a cidadania exige o envolvimento de todos – empresas, gestores, colaboradores voluntários e comunidade – e o desejo de ajudar, sem analisar a quem, sem preconceitos.
Para muitas empresas, engajar seu público interno em ações de voluntariado ainda é um grande desafio a ser enfrentado. No entanto, isso é possível, quando os gestores deixam claro o que se pretende, aonde quer chegar, quais são os objetivos e quais serão os aprendizados daqueles que participarem.
Uma boa avaliação na hora de decidir colocar em prática uma ação social deve ser feita considerando os seguintes pontos:
- Quais tipos de ações serão realizadas pelos voluntários?
- Quais as causas da atuação?
- Haverá formação de um comitê para o programa?
- Que área da empresa será responsável pelo projeto?
- Os colaboradores serão liberados no horário de trabalho para a prática do voluntariado?
- Qual será o público atendido?
- Qual é o investimento disponível para as ações?
- Será necessário desenvolver competências para a implantação do projeto?
Ter essas respostas é o primeiro passo. Em uma segunda etapa, é necessário avaliar as expectativas e as necessidades dos dois públicos: o interno, que realizará a ação e o externo, que será beneficiado.
As ações voluntárias precisam fazer sentido para as empresas, estando alinhadas a sua política de atuação. Precisam também estar dentro da capacidade de realização dos profissionais voluntários. O foco evita frustrar as expectativas de ambas as partes, de quem ajudará e de quem será ajudado.
Um critério facilitador para as empresas é realizar ações sociais em prol de entidades assistenciais localizadas em seu entorno, no município ou nas comunidades vizinhas, próximas da região onde a organização está instalada.
É necessário conhecer profundamente o trabalho que as organizações (Organizações da Sociedade Civil –
OSCs) realizam e acompanhar os resultados, o que é mais viável a partir dessa proximidade entre a empresa e o projeto e/ou a instituição. Ter acesso aos resultados, aliás, é a parte mais gratificante para os voluntários.
O papel do profissional responsável pela condução das ações é direcionar os voluntários rumo ao cumprimento dos objetivos pré-definidos. Um bom planejamento evita que ações não sejam concluídas ou não tenham qualidade.
A comunicação clara de que o trabalho voluntário está relacionado às estratégias da empresa e de que trará benefícios para todos os envolvidos é essencial para conquistar o engajamento dos colaboradores.
O engajamento dos futuros voluntários também está relacionado à conscientização de que a Responsabilidade Social é uma das mais importantes formas de retribuir para a sociedade o sucesso alcançado. Com o voluntariado, essa retribuição é feita em forma de humildade e solidária.
*Presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo (CRCSP).
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