O ano de 2017 começou com elevação do faturamento real (já descontada a inflação) das micro e pequenas empresas (MPEs) paulistas. Em janeiro, houve aumento de 3,9% no índice sobre janeiro de 2016. Foi também o segundo crescimento consecutivo no indicador de valor das vendas de um mês ante igual mês do ano anterior, após 23 quedas seguidas, segundo a pesquisa Indicadores Sebrae-SP. A receita total das MPEs no primeiro mês deste ano foi de R$ 45,3 bilhões, ou seja, R$ 1,7 bilhão acima do apresentado um ano antes.
Apesar do desempenho positivo, é preciso considerar que o crescimento se deu sobre uma base fraca de comparação, já que janeiro de 2016 registrou o pior resultado em termos de índice de faturamento para os meses de janeiro desde o início da série, em 1998.
"Os pequenos negócios paulistas conseguiram emplacar dois meses consecutivos de alta do faturamento. Ainda não foi um golaço, mas já é uma indicação forte de retomada, que se refletiu nas expectativas mais otimistas dos empresários", afirma o presidente do Sebrae-SP, Paulo Skaf. "A continuar nesse ritmo, podemos esperar que as micro e pequenas empresas não só voltem a respirar, como também comecem a pensar a investir na modernização do negócio, como já foi sinalizado por 20% delas."
O crescimento da receita foi puxado pelo setor de serviços, que apresentou aumento de 14,1% em janeiro em relação ao mesmo mês de 2016. A indústria amargou queda de 6,2% na mesma comparação e o faturamento do comércio caiu 2% no período.
As MPEs da região metropolitana de São Paulo foram as que mostraram o melhor desempenho em janeiro deste ano ante janeiro de 2016, com elevação de 8,1% no faturamento. No município de São Paulo, os pequenos negócios tiveram um desempenho 6,5% melhor no faturamento, em igual comparação. O faturamento das MPEs do interior ficou estável, com uma variação de -0,1% no período. Já as MPEs do Grande ABC não tiveram o que comemorar, pois a receita delas caiu 7,4%; muito disso se deve ao fato de a região concentrar muitas empresas da indústria, setor que vem apresentando os resultados mais fracos.
Outro dado positivo em janeiro, na comparação com o mesmo mês de 2016, foi a alta de 4,4% do rendimento dos empregados das MPEs paulistas, já descontada a inflação. No entanto, a folha total de salários diminuiu 2,3% no mesmo confronto e há menos gente ocupada: a parcela de pessoal ocupado ficou 1,4% menor no período.
Microempreendedor Individual
Enquanto as MPEs tiveram dois meses seguidos de elevação no faturamento, os Microempreendedores Individuais (MEIs) paulistas ainda não viram sinal de melhora. O faturamento da categoria caiu 11,3% em janeiro ante igual mês de 2016. Foi a 18ª queda consecutiva na comparação de um mês com o mesmo mês do ano anterior (o levantamento relativo aos MEIs começou a ser feito em agosto de 2014). A receita total dos MEIs, em janeiro, ficou em R$ 3,4 bilhões, o que significa R$ 437,6 milhões a menos no caixa em relação a um ano antes.
Os MEIs do interior do Estado tiveram a maior perda: o faturamento no período caiu 12,1%; já os MEIs da região metropolitana de São Paulo viram seus ganhos encolherem 10,6%.
Expectativas
A pesquisa revelou que, em fevereiro, 46% dos proprietários de MPEs disseram esperar manutenção do faturamento da empresa nos seis meses seguintes. Para 38%, haverá melhora na receita.
Em relação ao nível de atividade da economia, 50% dos donos de MPEs aguardam estabilidade e 34% esperam melhora nos próximos seis meses, uma diferença sensível em relação aos 16% que esperavam avanço na economia em fevereiro de 2016.
Na opinião dos MEIs, 55% afirmaram, em fevereiro, esperar melhora para a receita da empresa nos próximos seis meses e 35% acreditam que o faturamento ficará estável. Em relação ao nível de atividade da economia brasileira, 47% acham que haverá uma melhora e 40% falam em estabilidade.
Segundo avaliação inédita do Sebrae-SP, 21,3% dos proprietários de MPEs pretendem investir na empresa em 2017, 73,2% não pretendem fazê-lo e 5,5% não sabem se investirão ou não.
Entre os que pretendem investir, 60% planejam modernizar o negócio, 40,8% querem ampliar a capacidade produtiva, 19% desejam capacitar funcionários e 18,7% falam em investir em marketing, propaganda e publicidade.
Dos que não pretendem investir, 41,7% apontam como motivo para não fazê-lo a incerteza sobre a economia, 39,8% alegam falta de recursos e 18,2% informam que a estrutura atual atende suas necessidades.
A pesquisa
A pesquisa Indicadores Sebrae-SP foi realizada com apoio da Fundação Seade. Foram entrevistados 1,7 mil proprietários de MPEs e 1 mil MEIs do Estado de São Paulo durante o mês de referência. No levantamento, as MPEs são definidas como empresas de comércio e serviços com até 49 empregados e empresas da indústria de transformação com até 99 empregados, com faturamento bruto anual até R$ 3,6 milhões. Os MEIs são definidos como os empreendedores registrados sob essa figura jurídica, conforme atividades permitidas pela Lei n.º 128/2008. Os dados reais apresentados foram deflacionados pelo INPC-IBGE.
Fonte: Sebrae-SP
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