O construtivismo não se limita à arquitetura, mas incide também de modo radical sobre as transformações que encontramos na escultura e na pintura. A este propósito, Ulysses Galletti, um eficiente contador brasileiro que há alguns anos se dedica também à pintura, utiliza a teoria e a prática construtivistas em suas obras de arte, que apresentamos em primeira mão nesta exposição virtual.
O termo “construtivismo” foi utilizado pela primeira vez em 1913 na Rússia, pelo crítico e estudioso de arte Nicolaj Punin analisando as obras do pintor Vladimir Tatlin. Vale lembrar que o movimento construtivista teve seus primórdios em 1920 por artistas inspirados pelo conceito de estrutura como ideia de formação da arquitetura, da escultura e da pintura e destinava-se a construir uma nova arte que superasse a do século 19, conhecida como celebrativa e representativa.
A obra de Ulysses Galletti busca, através de pesquisas dinâmicas muito próximas àquelas do futurismo, uma relação entre espaço e tempo. Trata-se de uma aspiração ao universalismo das diversas artes, reunidas sob o denominador comum de reconciliação com a matéria.
Preocupado por uma nova ideia de beleza e modernidade, mas também de utilidade e funcionalidade, o pintor vem alcançando um futuro repleto de promessas de uma arte socialmente renovada.
Emanuel von Lauenstein Massarani
Crítico de arte e representante do IPH
Ulysses Galletti nasceu em São Paulo, em 1940. Formou-se em Ciências Contábeis e Administração de Empresas e continua atuando como empresário na área de Contabilidade. Muito curioso, ao longo da vida desenvolveu vários hobbies, entre eles o radioamadorismo, radialismo, elaboração de programas dedicados a radioescutas e à comunidade de cegos. Mais recentemente, passou a se interessar pela pintura digital.
Desde a adolescência sempre teve atração pelo desenho e pelas artes em geral. Já adulto, para se distrair, fazia desenhos a lápis, tendo como objetivo representar as suas ideias da forma mais simples possível.
Há quatro anos, conheceu um desenhista profissional cujos trabalhos muito o interessaram. Com a convivência, passou a mostrar regularmente seus desenhos e a receber uma orientação especial, intensificando assim o seu estilo.
Influenciado pelo estilo de Piet Mondrian e grande admirador das obras de Van Gogh, notadamente pelas cores, Ulysses Galletti impõe para si criatividade, determinação, disciplina e habilidade manual que desenvolve com eficiência na pintura digital.