A arte de Guiomar de Souza é ligada à vida e é, portanto, expressão de vida. Ela é feita de realidade, de cor e de luz que saem de uma paleta diversificada, onde os tons e os semitons se entrelaçam, se decompõem e se recompõem num empaste policromático cativante, capaz de constituir um todo harmônico e plenamente realizado.
O que imediatamente se nota em sua pintura é o magma da cor, densa e quente, que coloca na tela, fixando a imagem escolhida com uma feliz aproximação de ascendência claramente pós-impressionista.
Guiomar de Souza pinta sob um impulso irresistível e sua pintura sempre foi uma necessidade de vida. Quando a vontade incontida de manipular a cor e a forma explode, existem momentos nos quais a artista não pode fazer outra coisa a não ser pintar.
Sobre cada elemento predomina a cor com suas fortes ascensões, que caracterizam sua linguagem pictórica. Os temas revivem assim em suas telas, transfigurados em uma visão intensamente subjetiva e concretizados com robustas pinceladas espontâneas e imediatas. Trata-se de um pintar a jato, concretizado no calor da inspiração suscitada pela beleza do mundo.
Como pode se verificar em suas obras, a artista busca transmitir sua vitalidade e fazer aflorar a energia da matéria que ela criou para a estação do Verão.
Emanuel von Lauenstein Massarani
Crítico de arte e representante do IPH
Guiomar Rodrigues de Souza nasceu em São Paulo, em 1918, onde faleceu em 1970. Desde criança manifestou seu interesse pelo desenho e pela pintura, chegando a pintar na escola escondida de seus professores. Na falta de material apropriado, pintava com batom e sombra para olhos.
Fez cursos de pintura e desenho na Escola de Belas Artes, na Faculdade Panamericana e no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo. Frequentou os ateliês de Sérgio Longo e Severino Ramos, onde se especializou em impressionismo, neoclássico e surrealismo. Com o professor Moro, da Art Place, se dedicou a pintar naturezas mortas e motivos florais.
Participou das seguintes exposições individuais: Espaço Cultural da Caixa Econômica Federal, São Paulo (1981); Espaço Cultural do Banco do Brasil, Moema (1982); Cantina do Marinheiro, São Paulo (1985); Vista ao Mar, Santos-SP (1986); Espaço Cultural do Sheraton Mofarrej (1988); Espaço Cultural do Residence Sutton House, São Paulo (1990); Espaço Cultural do Banco Real, São Paulo (1992); Espaço Cultural Parque Balneária, Santos (1994); Terrina Jardins, São Paulo (1996); Peixe com banana, Ubatuba, São Paulo (1998); Piccolo Giovanni, Santos (2001); Espaço Cultural Ilha Porchat Clube, São Vicente (2002) e Espaço Cultural A Hebraica, São Paulo (2003).
Esteve presente em diversas mostras coletivas, destacando-se entre elas: Espaço Cultural da Caixa Econômica Federal, Ibirapuera (1980); Espaço Cultural Banco do Brasil, São Paulo (1983); Centro Cultural da Caixa Econômica Federal (1985); Espaço Cultural Nossa Caixa, São Paulo (1988); Tênis Clube de Campos do Jordão (1989); Atelier de pintura Sérgio Longo, São Paulo (1990); Centro Cultural Itaú, São Paulo (1992); Casa da Marquesa de Santos, Santos (1995); Espaço Cultural Banco Real (1998); Galeria Art Place, São Paulo (1999); Galeria André, São Paulo (2000); Galeria São Luiz, São Paulo (2001); Galeria Valoart, São Paulo (2002).
Em 2003, recebeu Menção Honrosa e em 2004 o 3º Prêmio do Concurso do Banco Real. Suas obras encontram-se em coleções particulares de São Paulo, Santos, Campos de Jordão e Ubatuba e no acervo do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.