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21 de fevereiro de 2019 - Ano 10 - Nº 517
Carreira
 

Para trabalhar melhor, não leve tarefas para casa e tenha um hobby
Usar o tempo livre para relaxar contribui para que os profissionais fiquem mais calmos no dia seguinte


Ter um hobby faz bem para o trabalho, sugere um novo estudo de professores da China, Hong Kong e Austrália, que analisou o impacto que atividades realizadas após o expediente têm na disposição do profissional no dia seguinte. Levar trabalho para casa, por outro lado, tem efeito prejudicial.

Publicado recentemente na revista acadêmica Journal of Applied Psychology, o estudo teve participação de 183 funcionários de empresas chinesas, que preencheram questionários sobre sua relação com o trabalho ao longo de dez dias. 

A pesquisa teve como foco o impacto dessas atividades no comportamento proativo, definido como a disposição para assumir o controle de situações e promover mudanças no ambiente de trabalho. Estudos apontam que essa atitude é benéfica para o desempenho da empresa e para o sucesso na carreira do indivíduo. 

Os resultados indicam que quando os profissionais praticam um hobby após o expediente – seja ele um esporte, estudo ou a leitura, por exemplo –, eles apresentam maior probabilidade de ter uma noite de sono melhor e ser mais proativo no trabalho no dia seguinte. Usar o tempo livre para relaxar contribui para que os profissionais fiquem mais calmos no dia seguinte, embora não tenha impacto no comportamento proativo.

Já outras atividades contribuíram para prejudicar a disposição no trabalho – é o caso de lidar com conflitos com membros da família, ter afazeres domésticos demais e levar demandas adicionais do trabalho para casa. Outro estudo de professores americanos já apontou que ficar conectado demais ao emprego no ambiente doméstico atrapalha não só a própria carreira, como a do parceiro. 

Um estudo da Universidade de Zurich publicado alguns anos atrás indicou também que profissionais que usam o tempo livre para hobbies e outras atividades restauradoras reportam mais senso de bem-estar e menos exaustão. 

Na opinião de Sharon Parker, professora da Universidade de Curtin, na Austrália, e uma das autoras do estudo, os resultados ilustram como é normal que a vida fora do escritório influencie o comportamento no trabalho – e que gestores precisam ter consciência disso. “Se gerentes tiverem expectativas mais realistas do comportamento dos seus funcionários, eles estarão melhor equipados para lidar com essas mudanças”, diz. 

Fonte: Valor Econômico – Letícia Arcoverde.