O inverno chegou. Depois de mais de dois anos de espera e muita especulação sobre quem vai se sentar no Trono de Ferro, estreou no dia 14 de abril de 2019 o primeiro capítulo da última temporada da série Game of Thrones, na HBO.
Neste domingo, a sofisticada trama, repleta de personagens e regada a vinho, sangue, reviravoltas mágicas e, muitos, muitos conflitos, começa a se aproximar do desfecho, as sete temporadas anteriores não economizaram na produção de insights sobre o comportamento humano no que diz respeito à capacidade (ou falta de) de liderança de cada personagem cotado ao trono.
“A série possui excelentes e péssimos insights em liderança, no que se fazer em situações de gestão. Podemos entender as empresas como os reinos e seus gestores como os líderes representados na série, como reis ou personagens que representam um papel de liderança”, diz Mário Cunha, professor de MBA da Saint Paul nas áreas de liderança e estratégia.
Segundo explica o professor, um dos pontos mais valiosos para um líder é sua visão estratégica e, ao longo das sete temporadas, expectadores puderam observar personagens utilizando esse pensamento.
A pedido de Exame, especialistas indicaram algumas situações, fatos e acontecimentos na série que poderiam embasar discursões sobre habilidades e desafios de liderança e pensamento estratégico em um curso de MBA, por exemplo.
1. Promessas cumpridas
O lema da família Lannister é, logo no começo da série, proferido por Tyrion Lannister. Ele diz: “Um Lannister sempre paga suas dívidas.”
“O exemplo dessa frase se aplica quando pensamos que uma empresa sempre deve cumprir o prometido. A falta do não cumprimento faz você perder a credibilidade. Por isso, empresas devem prometer e traçar metas que são palpáveis, mesmo que a longo prazo”, diz Cunha.
2. Previsão de riscos
O lema da Casa Stark (o inverno está chegando) é um lembrete para a necessidade constante de previsão de riscos futuros. “Se eles não se preparassem, possivelmente não conseguiriam sobreviver. Por isso, víamos os governantes do Norte analisando, criando estratégias, sempre alinhados com o real cenário”, diz Cunha.
Por outro lado, alguns dos acontecimentos mais marcantes e nefastos das temporadas anteriores foram consequência direta da falta de análise de risco, segundo Felipe Costa, consultor de recrutamento da Robert Half.
A morte de Ned Stark após a sua ida para o Sul, o derramamento de sangue no Casamento Vermelho, a captura de Jamie Lannister, a morte de Karl Drogo e a morte de Doran Martell são consequência de atitudes carregadas de impulsividade aliadas à negligência na análise de riscos.
Todo líder, antes de colocar um plano novo em ação, deve fazer análise prévia dos riscos envolvidos e evitar agir por impulso. “Muitos acontecimentos ali ocorreram e poderiam ser evitados, seja por ímpeto dos personagens ou falta de mensuração destes riscos também”, diz Costa.
As lideranças das empresas devem se atentar aos seus pontos de crise e ter sua estrutura montada para aguentar eventualidades. “Pois, como na série, se ela é pega de surpresa, seu caminho de retomada será ainda mais difícil”, diz Cunha.
Fonte: Você S/A – Camila Pati. |