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24 de outubro de 2019 - Ano 10 - Nº 551
Carreira
 

Tecnologia
Brasileiro se preocupa pouco com substituição

A maioria dos brasileiros não demonstra preocupação em perder o trabalho para a tecnologia nos próximos cinco anos — 65% dos brasileiros especializados em tarefas braçais e 73% dos profissionais da área de conhecimento e criação não acham que vão ser substituídos.

As constatações estão em uma pesquisa realizada com 16.894 pessoas de 15 países pela seguradora Zurich com a Universidade de Oxford. No Brasil, foram entrevistados 1.145 profissionais, de 20 a 70 anos, com renda média de R$ 5.561,90. “O que mais chamou atenção foi a falta de preocupação das pessoas com as mudanças que estão ocorrendo no mercado de trabalho e que vão ocorrer de forma ainda mais acelerada”, disse Edson Franco, presidente da Zurich no Brasil.

Um dos recortes do estudo, que também incluiu uma análise sobre seguros e aposentaria, buscou mensurar como a premissa de permanecer em um mesmo emprego, ou empresa, por toda a carreira está mudando devido às tecnologias. Um quinto dos entrevistados no estudo acha que provavelmente perderá seus empregos no próximo ano e quase um terço disse que irá se desligar de seu emprego voluntariamente para novas oportunidades. Os jovens (até 29 anos) mostraram uma disposição maior em trabalhar como freelancer no Brasil e em países como Alemanha, Hong Kong, Itália e Suíça.

O quadro geral mostra que a maioria das pessoas preza pela estabilidade do emprego e vive com uma ocupação em tempo integral. A diferença começa a ser notada em pessoas com 55 anos ou mais. Na Irlanda, Romênia, Suíça e EUA cerca de 20% dos entrevistados têm várias ocupações, dez pontos percentuais a mais que os jovens. Segundo Gordon L. Clark, professor de Oxford, esse dado pode estar relacionado a fatores como aposentadoria precoce ou voluntária.

O terceiro fator, segundo Clark, ocorre em algumas economias sujeitas à escassez de mão de obra nas quais “pode existir um prêmio para os trabalhadores mais velhos voltarem à força de trabalho em regime de tempo parcial. Eles podem muito bem se beneficiar do pleno emprego da economia. Mas, atenção: esse tipo de contrato de trabalho provavelmente é temporário e têm benefícios limitados”, afirmou.

Fonte: Valor Econômico – Bárbara Bigarelli.