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23 de janeiro de 2020 - Ano 10 - Nº 562
Opinião
 

Utilizar os recursos arrecadados dos profissionais em seu benefício e da sociedade
Esta é uma das metas do vice-presidente de Administração e Finanças do CRCSP, José Aparecido Maion

Consultor, auditor independente, perito e professor, o vice-presidente de Administração e Finanças do CRCSP, José Aparecido Maion, fala sobre o desafio de assumir a função, sobre sua história na Contabilidade e as ações que irá implementar nos próximos dois anos. Confira:

Como está se sentindo ao assumir o novo desafio de gerir a área de Administração e Finanças do CRCSP?
Muito tranquilo. O CRCSP possui uma equipe de profissionais comprometida e competente, que prima pela transparência, ética e cumprimento das leis que regem as atividades dos Conselhos.

O que a Contabilidade significa para você e por que escolheu a carreira contábil?
A contabilidade é a profissão que escolhi para a vida, o que significa que quase tudo que tenho financeiramente é fruto dela.

Quando fiz vestibular minha primeira opção foi Oceanografia, a segunda Agronomia (eu achava que tinha vocação para as duas opções), não obtive êxito em nenhuma. Naquela época eu trabalhava como escriturário no departamento de Contabilidade da OAB, em São Paulo. Não tive dúvida, plano B, Ciências Contábeis.

A minha geração é de quase cinco décadas atrás, poucos tinham condições de compartilhar vocação com profissão. A carreira contábil é fruto do que eu consegui.

Durante o curso de Ciências Contábeis passei a pesquisar os segmentos da profissão e decidi ir para o ramo de auditoria externa, me apaixonei e me dediquei bastante e estou nele até hoje.  

O principal objetivo da Contabilidade é cuidar do patrimônio de pessoas, empresas, instituições ou órgãos públicos. Sendo assim, o contador é o profissional responsável por acompanhar, analisar e registrar qualquer movimentação nesse patrimônio.

Mas isso não significa que a função do contador se resume a preencher planilhas e encaminhar relatórios. Mais que isso, o profissional da contabilidade é capaz de analisar movimentações financeiras e o próprio cenário econômico para fornecer informações detalhadas e estratégicas para tomadas de decisões.

Por isso, este profissional, muitas vezes, assume o papel de analista ou guia financeiro. Cabe, portanto, ao contador lidar com uma série de variáveis que vão além dos números. Logo, a Contabilidade é considerada uma ciência social aplicada, e não uma ciência exata.

As ciências sociais aplicadas são, muitas vezes, interdisciplinares. Isso significa que elas são capazes de unir diferentes campos do conhecimento para compreender necessidades da vida em sociedade e, consequentemente, propor soluções.

No caso da Contabilidade, além de lidar com números, também é preciso ter, por exemplo, conhecimentos sobre Direito e Administração. Além disso, é importante compreender as relações econômicas, seus impactos e influências.

Portanto, nas Ciências Contábeis, os números são considerados apenas ferramentas de trabalho. Assim, o profissional desta área somente se preocupa com os números que estão ligados ao meio social, à vida cotidiana ou corporativa. É justamente esse caráter aplicado à vida em sociedade que faz da Contabilidade uma ciência social.

A Contabilidade como ciência social aplicada fornece informações financeiras sobre os ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas e despesas da entidade que sejam úteis aos usuários das demonstrações contábeis na avaliação das perspectivas para futuros fluxos de entrada de caixa líquidos para a entidade e na avaliação da gestão de recursos da administração sobre os seus recursos econômicos.

Como começou sua atuação nas entidades contábeis?
Minha atuação nas entidades contábeis começou quando o sócio de uma empresa de auditoria pediu para que eu fosse o representante da empresa junto ao Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon), há mais de 30 anos. Naquela oportunidade eu perguntei: “por que eu?” Em resposta recebi que eu tinha o perfil para essa função. Disse ao sócio “eu só faço críticas às entidades contábeis, vou ser persona non grata”. Recebi como resposta, “esse é o segundo motivo para você participar. Estando lá, terá a oportunidade de fazer o que você acha que eles deveriam fazer”. Nesse tempo participando das entidades contábeis constatei que muita coisa foi feita para a profissão e para a sociedade e há muito a ser feito ainda.

Quais são as suas características de formação e pessoais que poderão contribuir para essa nova função?
Você deve gostar da sua profissão, ter tempo útil disponível, ser um abnegado, comprometido com a causa, ter caráter, ser honesto, transparente e ético.

Que ações pretende colocar em prática para atingir seus objetivos?
Nada é tão perfeito que não seja possível melhorar, portanto pretendemos:
(a) Melhorar o que já vem sendo feito.
(b) Suprimir o que for desnecessário.
(c) Cumprir com o orçamento aprovado.
(d) Utilizar os recursos arrecadados dos profissionais em seu benefício e da sociedade.

Que mensagem gostaria de deixar para os profissionais da contabilidade e estudantes?
Aos profissionais da contabilidade gostaria de pedir que confiem nos dirigentes do CRCSP, são pessoas que doam seu tempo para colocar a Contabilidade como uma atividade imprescindível na gestão dos negócios. Pedir aos profissionais que, antes de criticar o seu Conselho, venham conhecer o que é feito para vocês e nos ajudem a fazer mais. Os conselhos profissionais no Brasil foram criados para registrar e fiscalizar o exercício profissional e a partir da Lei n.º 12.249/2010 o CFC/CRCSP passou a regular acerca dos princípios contábeis, do Exame de Suficiência, do cadastro de qualificação técnica e dos programas de Educação Continuada e editar Normas Brasileiras de Contabilidade de natureza técnica e profissionais.

Aos estudantes, peço que se cadastrem no CRC de seu estado e comecem a participar das atividades disponíveis.