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20 de fevereiro de 2020 - Ano 11 - Nº 566
Carreira
 

Diversidade e inclusão
Adequação da sua empresa pode começar por você

Uma pesquisa da Robert Half revelou que mais da metade dos profissionais entrevistados (57%) acredita que a empresa na qual trabalha não tem uma política clara de diversidade e inclusão. Entre essas pessoas, 58% afirmaram que um programa está sendo estruturado e 18% creditou a ausência da ação à falta de apoio da liderança. Mas, o que me assustou foi saber que ainda existe uma parcela (8%) acreditando que o tema não é relevante.

Realmente, não é fácil implementar uma política de diversidade e inclusão dentro de uma empresa. Isso porque não basta criar um manual. É preciso conscientizar todo o grupo, enraizar o tema na cultura da companhia, promover ações de sensibilização e fazer um mapeamento constante para entender se o tema está transitando de maneira natural entre o discurso e a prática. Sei de todas essas etapas porque a Robert Half acaba de ser listada no Índice Bloomberg de Igualdade de Gênero 2020 por ser uma empresa que preza pela diversidade, além de oferecer uma cultura inclusiva.

O que eu noto é que a visão de algumas organizações e pessoas ainda é muito limitada sobre os pilares da diversidade. Já não é possível apenas estruturarmos programas pensando em gênero, etnia, orientação sexual ou idade, por exemplo. É preciso tomar cuidado para não ofender ou constranger o outro com pequenas atitudes. Por isso, independentemente do seu nível hierárquico ou do posicionamento da sua companhia, convido você a ser um agente transformador desse novo momento por meio de ações simples, como por exemplo:

  • exclua de suas conversas brincadeiras que menosprezem a região onde seu colega de trabalho mora ou a instituição de ensino na qual ele estuda ou estudou;
  • indique para vagas de emprego pessoas que, além da ótima capacidade técnica e comportamental, se sentem socialmente excluídas;
  • entenda que uma piada só é engraçada quando todos riem juntos e não quando alguém do grupo se sente constrangido;
  • em uma reunião, exercite o hábito de ouvir e considerar de maneira sincera a opinião de todas as pessoas presentes;
  • respeite a opinião, os costumes, as crenças e as dificuldades do outro para receber respeito em troca;
  • pare de acreditar que um filho só é bem cuidado quando está sob a supervisão de uma mulher;
  • tire da cabeça a ideia de que profissionais sem filhos devem fazer mais horas extras;
  • não subestime a capacidade profissional de uma mãe após a maternidade;
  • não veja como frágil os profissionais que demonstram sentimentos;
  • pratique o acolhimento ao receber um colega novo no time.

Não tenho dúvida de que é dever de todos, como cidadãos, acolhermos os profissionais com igualdade. Mas, enquanto esse mundo ideal não chega, que tal cada um de nós fazermos nossa parte?

Fonte: Exame - Fernando Mantovani.