Um olhar para o presente, que leve em consideração os impactos e exigências que já se apresentam no universo corporativo, escolha de carreira, projetos de vida, sistema de educação formal e processos de autodesenvolvimento, permite vislumbrar os grandes desafios do futuro.
O conjunto de mudanças e impactos já observados traz algumas pistas e tendências que todos nós deveremos levar em consideração em nosso planejamento de vida, tanto pessoal como profissional, ao longo do que ainda nos resta viver do século XXI.
Merecem algum destaque, já na atualidade: os impactos da pandemia, as mudanças na forma do trabalho, seja virtual ou presencial, o aumento da longevidade, redução dos índices de natalidade, profissionais que estão abandonando suas carreiras na busca de maior equilíbrio do tempo destinado aos papéis profissional e pessoal, avanços da tecnologia e ciências, carreiras que estão desaparecendo e outras, totalmente desconhecidas e que já surgem no mercado de trabalho, globalização, discussão sobre gêneros além de preconceitos que herdamos historicamente ou que têm surgido na atualidade. Enfim, devemos encarar esses e tantos outros fenômenos ou processos que estão em andamento no universo em que vivemos.
Tendo como pano de fundo alguns desses processos, podemos imaginar que, seja para os jovens que passam pelo processo de formação, como os profissionais que estão na meia-idade e, de forma especial, os que se aproximam da chamada terceira idade, todos devem entender que a ideia de uma única carreira para toda a vida está ultrapassada.
Desde o processo de formação precisamos levar em conta que nenhuma carreira vai nos permitir encarar a vida na sua plenitude.
Carreiras se transformam, desaparecem ou podem deixar de ser motivadoras ao longo de todo o tempo
Também já percebemos, que tanto o mundo acadêmico, bem como, a própria legislação, andam a reboque das transformações que ocorrem no mercado de trabalho. Portanto, ou nos transformamos, ou perdemos o papel de relevância que cada um deseja assumir.
Vale registrar ainda que cada vez mais as escolhas no mundo profissional não estão desvinculadas dos demais papeis que assumimos. Ou seja, além do olhar para a vida profissional, também será cada vez mais exigido buscar atenção e equilíbrio nos demais papeis que nos acompanham.
Estar atento às mudanças que ocorrem nos relacionamentos afetivos, sejam elas conjugais ou de parcerias. Encarar também as rápidas e profundas mudanças que estão se fazendo presentes nas estruturas familiares. E que tal estar atento ao universo dos relacionamentos sociais, nos diversos ambientes que frequentamos?
Um alerta também para os cuidados psicológicos e espirituais que a vida vai apresentando. Não podemos esquecer que o processo de autodesenvolvimento ganha importância além dos cuidados com a individualidade.
Enfim, o que podemos claramente perceber é que será cada vez mais uma responsabilidade individual a busca pelas alternativas para encarar a vida de uma forma plena e integrada.
O aumento da longevidade vai exigir, de forma cada vez mais clara, que devemos estar preparados para enfrentar as diferentes etapas da vida e suas complexidades. Assumindo que a educação e autodesenvolvimento são processos permanentes. E que são indelegáveis.
Fonte: Valor Econômico - Renato Bernhoeft. |